Saiba o que está por trás do grande sucesso do Dark Romance, gênero que desafia os limites dos relacionamentos amorosos e mergulha em temas sombrios e polêmicos
Muitas pessoas já sabem o que é Dark Romance, mas muitas mais têm feito essa pesquisa no Google e em mídias sociais. O que mostra que o Dark Romance teve um crescimento notável em popularidade, com um grande aumento na produção e consumo de obras do gênero.
Tanto que, segundo um relatório da Circana, as vendas de ficção romântica em geral em livrarias americanas aumentaram em 11% em 2023, enquanto as vendas de livros impressos de romance dispararam 52% nos 12 meses anteriores a maio de 2023, com o Dark romance presente junto a outros gêneros.
Esse aumento no interesse é atribuído, em parte, à mídia popular que adota estética ou representações em séries de TV, filmes e outras mídias.
Além disso, a popularidade geral dos romances em plataformas como Kindle e BookTok tem influenciado fortemente o mercado, criando uma nova base de leitores mais jovens.
Esses resultados e usos sugerem que temas mais específicos dentro do gênero, como o Dark Romance, podem estar contribuindo para esses ganhos.
No próprio Brasil, se pegarmos o número de pesquisas sobre o termo ‘dark romance’ mostra um crescimento incrível ao longo dos últimos anos, um interesse público que não dá sinais de cair tão cedo.
Mas o que está por trás desse interesse todo e como ele se relaciona e como ele se relaciona com outros interesses é o que vamos desenvolver por aqui agora.
O que é Dark Romance?
Se chegou até aqui é porque tem curiosidade em saber o que é Dark Romance é um subgênero da literatura romântica que integra aspectos de suspense, horror e até mesmo crimes em roteiros de relacionamento amoroso.
Geralmente, os enredos envolvem relações complexas e questionáveis, muitas vezes perigosas, onde temas como violência, dominação e situações moralmente ambíguas servem de base para a narrativa. Sendo muito comum tocar em temas sombrios, polêmicos e às vezes tabus, como ambientação ou na característica dos personagens que são, frequentemente possessivos, de má índole ou meramente praticantes de fetiches que usam em pessoas tímidas e inexperientes seus sex toys favoritos.
Tudo isso parece oferecer uma fuga para os leitores que mergulham nesses temas chamativos, nos mistérios, relações abusivas e psicologicamente conturbadas que não as pertence, são os “problemas de outros” ou até “sorte” dos personagens para quem, na verdade, se atrai pelos contextos e situações escritos.
O que acaba atraindo um público atual em busca de narrativas que fujam do romance convencional e sem surpresas (ou visto como certinho) e que tenham perigo e provocação. Um interesse ou excitação pelo proibido, problemático e agressivo que sempre existiu, mas que agora parece ter encontrado nos romances sombrios um terreno fértil.
Quais os dark romances mais famosos?
Agora que já sabe o que é Dark Romance, já deve ter percebido que provavelmente conhece obras ou elementos do gêneso, como “Cinquenta Tons de Cinza” de E.L. James, que foi o que popularizou amplamente o Dark Romance com sua exploração de temas BDSM no mainstream, mas existem várias outras obras de destaque que também servem de referência dentro deste subgênero literário. Aqui estão algumas delas:
- “After” de Anna Todd – Inicialmente uma fanfic de One Direction no Wattpad que virou uma série sobre uma relação intensa e complicada entre Tessa e Hardin, marcada por altos e baixos emocionais e segredos obscuros.
- “Tears of Tess” de Pepper Winters – Talvez o livro mais famoso de Winters, e o primeiro de uma série que segue Tess, uma mulher que é sequestrada e vendida para o submundo do crime numa história que trata de sobrevivência e consentimento sob coação.
- “Corrupt” de Penelope Douglas – Livro que faz parte da famosa série “Devil’s Night”, que tem personagens complexos envolvidos em vingança e redenção.
- “O Lado Feio do Amor (Ugly Love)” de Colleen Hoover – Embora menos sombrio que outros do gênero, ele aborda temas de dor emocional profunda e relações complicadas.
- “Twist Me” de Anna Zaires – Série que gira em torno de um relacionamento de cativeiro entre uma jovem e um homem poderoso que a sequestra, abordando questões sobre consentimento versos coação.
- “Captive in the Dark” de CJ Roberts – Um dos mais explícitos no subgênero que também trata de sequestro e submissão. Frequentemente mencionado entre os que abusam dos limites do que é moralmente aceitável em um romance.
- “King” de T.M. Frazier – A série “King” é outra que usa o submundo do crime como ambientação e apresenta personagens com passados complicados e muitos conflitos morais.
Quais os tipos de Dark Romance?
Depois de entender o que é Dark Romance, você percebe que o gênero se ramifica em várias subcategorias, cada uma com temáticas ou localidades diferentes que foram se popularizando com o tempo e assim criando predileções.
Bully Romance
Subgênero que foca em relacionamentos onde o elemento de intimidação e domínio é central. Geralmente ambientado em cenários escolares ou universitários, o bully romance abusa da dinâmica entre agressor e vítima, onde há uma linha tênue entre amor e ódio.
Mafia
Caracterizado por protagonistas envolvidos com a máfia ou o crime organizado, este tipo de Dark Romance usa temas de poder, lealdade e a moralidade ambígua que acompanha a vida no submundo. São romances, muitas vezes, violentos e que apresentam bens materiais como forma de barganha nas relações, além de lidar com o conflito entre o dever e o desejo.
Captive Romance
Neste subgênero, os personagens protagonistas são capturados ou mantidos em cativeiro pelo outro, levantando questões complexas de consentimento e síndrome de Estocolmo. A relação entre o captor e o cativo é aproveitada, quase sempre evoluindo de controle absoluto para uma conexão emocional complicada.
Motorcycle Club
Ambientado no mundo dos clubes de motociclistas, usa o estilo de vida e as leis dos MCs (Motorcycle Clubs) para romances que mostram lealdade, violência e a busca por justiça fora das normas sociais estabelecidas.
Dark Paranormal
Combina elementos de romance paranormal com os temas mais sombrios do Dark Romance. É desse subgênero que surgem obras com relações entre vampiros, lobisomens, demônios, anjos e outras entidades sobrenaturais que podem agir de maneiras que desafiam as noções convencionais de moralidade.
Gothic
Revivendo o espírito dos romances góticos clássicos, combina o mistério, sobrenatural e terror com uma paixão arrebatadora. Passando por mansões decadentes, segredos seculares e uma atmosfera carregada de suspense.
Psychological Thriller
Romance que mergulha profundamente na psique dos personagens, explorando distúrbios mentais, obsessões e a natureza complexa do desejo em enredos tensos, com reviravoltas psicológicas e que prendem os leitores pelas partes absurdas e inesperadas.
Taboo (Tabu)
Trata relações que são consideradas proibidas ou tabus pela sociedade, o que pode incluir relações entre enteados e padrastos/madrastas, professores e estudantes, ou outros cenários onde os limites éticos são questionados.
Quais os filmes Dark Romance?
Mas caso esteja apenas se familiarizando ao Dark Romance, não tem o hábito de ler ou até gosta do gênero e gostaria de referências audiovisuais (quem sabe para pegar referências visuais e apimentar a relação), aqui vão alguns filmes que abordam os mesmos temas:
“Cinquenta Tons de Cinza” (2015)
É quase uma obrigação mencionar a obra adaptada mais popular do gênero, baseado no romance de E.L. James, o filme conta a história de uma estudante Anastasia Steele e o jovem bilionário Christian Grey, cujo relacionamento evolui de uma dinâmica de fetiche inicialmente baseada em dominação e submissão para algo mais profundo e emocionalmente complexo.
“Cruel Intentions” (Segundas Intenções) (1999)
Adaptação moderna de “Les Liaisons Dangereuses”, o filme trata da manipulação e sedução entre uma dupla de meio-irmãos ricos que fazem apostas amorosas destrutivas, numa mistura de sedução, traição e jogos de poder.
“Twilight” (Crepúsculo) (2008)
Outro que não poderia faltar aqui é a saga Crepúsculo, que embora mais suave em termos de conteúdo adulto, traz elementos de Dark Romance através do relacionamento entre uma humana e um vampiro. Aspecto proibido e perigoso do amor, somando com a constante ameaça de violência.
“Fear” (Medo) (1996)
Thriller psicológico que narra a história de uma jovem que se apaixona por um rapaz carismático que gradualmente revela sua natureza possessiva e perigosa.
“Secretary” (Secretária) (2002)
Outra obra frequentemente citada por sua abordagem única e não convencional de uma relação BDSM. A narrativa segue a relação entre uma secretária e seu chefe, que desenvolvem um relacionamento amoroso baseado em dominação, controle, vulnerabilidade e consentimento.
“Gone Girl” (Garota Exemplar) (2014)
Baseado no romance de Gillian Flynn, o filme não é um Dark Romance tradicional, mas explora temas de manipulação, traição e um lado sombrio do casamento com a complexidade dos personagens e a reviravolta na trama que incluem características de Dark Romance no contexto de um thriller psicológico.
“9 1/2 Weeks” (Nove e Meia Semanas de Amor) (1986)
Aborda a relação de curto prazo entre um homem e uma mulher, marcada por experimentações sexuais e jogos de poder, relação física que caminha para aspectos mais obscuros da intimidade.
“365 Days” (2020)
O filme 365 Days (ou “365 Dni”) é de produção polonesa e expressa claramente a controvérsia do dark romance através da história de Laura, uma executiva que se encontra em uma relação tumultuada e perigosa ao ser sequestrada por Massimo, o chefe de uma família mafiosa.
Massimo dá a Laura 365 dias para se apaixonar por ele, fazendo com que o filme mergulhe nos temas tradicionais do gênero. A relação entre os protagonistas desafia as normas convencionais de romance, trazendo à tona debates sobre o glamourização de relacionamentos tóxicos e a fantasia versus realidade no amor.
Existem mangás e manhwas Dark Romance?
E se é do tipo que gosta de ler mangás e manwhas, no Japão e na Coreia, os dark romances também ganharam espaço, com títulos como “Killing Stalking” e “Flowers of Evil”, ou obras que, mesmo direcionadas ao público hétero masculino, usam os mesmos temas controversos:
- “Killing Stalking” – Koogi
- “Mirai Nikki” – Sakae Esuno
- “Happy Sugar Life” – Tomiyaki Kagisora
- “Yofukashi No Uta (Canções da Noite) – Kotoyama
- “Dead Tube” – Kitakawa Touta (História) e Mikoto Yamaguchi (Arte)
- “Warehouse” – Killer Whale
- “Obey Me” – Aiishiteru
- “Painter of the Night” – Byeonduck
- “Love is an Illusion!” – Fargo
- “Blood Bank” – Silb
Qual a relação entre Dark Romance, Sexo e Fetiches
Cabe analisar o que podemos tirar do interesse pelos livros de Dark Romance para a vida real, bem como perceber o que muda (se é que muda) na vida sexual de leitores do gênero.
Curtir fantasias em segurança
Apenas ler, oferece um espaço seguro para os leitores conhecerem fantasias que não necessariamente desejam viver na realidade. As obras permitem que examinem seus limites e desejos em um contexto ficcional sem consequências.
Por exemplo, a atração por personagens dominadores ou situações de perigo controlado pode ser excitante na literatura, mas não algo que os leitores queiram realmente experimentar.
Desmistificação
A exposição a relações intensas e dinâmicas de poder nos livros pode despertar a curiosidade sobre práticas fetichistas.
O BDSM, por exemplo, é frequentemente destacado em Dark Romances, e pode parecer mais acessível ou atraente após a leitura desses romances.
O que pode levar as pessoas a conhecer, de verdade, ou ao menos buscar informações sobre outras práticas para suas próprias vidas sexuais.
Dark Romance, embora amplamente popular e intrigante, traz consigo uma série de preocupações e debates éticos e psicológicos que merecem atenção cuidadosa. Abaixo, exploramos alguns desses aspectos críticos, enfatizando a necessidade de cautela e conscientização ao se envolver com este gênero.
Qual a polêmica do Dark Romance?
Por outro lado, é inevitável que certos cuidados devam ser tomados ao ir atrás de obras do tipo, pois assim como elas expõem uma série de problemas que realmente existem na sociedade, a repetição constante de cenas e casos, não pode gerar uma insensibilidade, banalização, sobre os assuntos.
Consensualidade Não Consentida (CNC)
- Contexto: CNC se refere a cenários em que os participantes consentem em atuar uma fantasia de não-consentimento. O que tem sido alimentado por Dark Romances, já que sequestros, agressões e abusos (físicos, mentais e sexuais) são frequentes nas histórias e até servem como gatilhos positivos, de descoberta de prazer.
- Preocupações: A representação de CNC em literatura pode ser mal interpretada ou romântica demais, especialmente por leitores jovens ou inexperientes, que podem não entender completamente a importância do consentimento claro e informado na vida real e que, mesmo em ambientes fetichistas, é levado extremamente a sério.
Riscos de normalização de comportamentos tóxicos
- Contexto: Há um receio de que as relações tóxicas retratadas em Dark Romances possam ser vistas como desejáveis ou normais, dificultando a compreensão do que são comportamentos aceitáveis e abusivos.
- Preocupações: Por isso, é crucial que os leitores sejam incentivados a entender e diferenciar a fantasia romântica e as expectativas realistas de relacionamentos saudáveis.
Gatilhos emocionais
- Contexto: Toda a violência, os abusos e trauma são tópicos que podem gerar gatilhos emocionais em pessoas que têm experiências pessoais relacionadas.
- Preocupações: Por isso, é interessante que haja avisos de gatilho no início dos livros, e que as recomendações de obras por terceiros, ajudem leitores a decidir conscientemente se querem ou não se expor a conteúdos potencialmente perturbadores.
Faz mal ler Dark Romance?
Apesar dos temas delicados que toca, o consumo de Dark Romances é tão acessível e recomendada quanto a de qualquer outro gênero de qualquer mídia enquanto forma de entretenimento, a reação vai variar de pessoa para pessoa.
Tudo o que é Dark Romance já foi ou é abordado e não à toa ou por imposição, há um interesse muito grande (numeroso e intenso) pelos temas tratados.
Para alguns, pode ser uma maneira segura de abordar emoções e situações intensas, além de excitante. Para outros, pode ser realmente desagradável e traumatizante, então, nesse caso (assim como no sexo), a resposta certa é conhecer os próprios limites e se manter neles.
E já que o interesse pelo assunto te trouxe até aqui, você pode aproveitar para ter um gostinho do que é viver uma dessas fantasias prazerosas com os sex toys da Monster D.
J
Entusiasta do sexo e apaixonada por ajudar pessoas a descobrirem o prazer e a intimidade de maneira divertida e saudável.